Uma das maiores evoluções da indústria dos quadrinhos sem dúvida foram as impressões coloridas, mas às vezes bate uma vontade de voltar ao preto e branco, só pra ver John Buscema trabalhar. Quando eu paro e penso em Conan, o bárbaro, a primeira imagem que me vem à cabeça é do Arnold Schwarzenegger e sua atuação no cinema, mas a segunda é sempre das antigas ilustrações que John Buscema fazia para as revistas do cimério.
São vários os fatores que fazem dele um artista genial: ele conseguia fazer a personagem parecer interessante e forte sem cair no exageros e na falta de proporção do corpo humano como acontece com muitos. Sua ilustrações eram bonitas, fluidas e contribuíam com a narrativa. Nem precisava colorir. No entanto, se você abrir uma revista aleatória de super-herói comprada em algum banca, o que menos irá encontrar são características como essas.
Ainda existem bons ilustradores hoje. Como Mike Mignola, criado de Hellboy, que com poucos traços consegue fazer um desenho com um grau de comunicação muito maior do que outros artistas. Ou Hiroki Endo, criador do mangá Éden, cujas cenas de ação tão bem feitas que as personagens pareciam se mexer de verdade a cada quadro. Mas estes são as exceções, e não a regra.
A verdade é que, infelizmente, parece haver uma preocupação maior em fazer personagens parecerem legais em poses que não fazem o menor sentido do que tentar construir uma narrativa bacana. E não adianta colocar a culpa no arte-finalista, pois nunca encontrei UMA história desenhada pelos artistas citados em que o resultado final tenha sido prejudicado por outra pessoa!
Giovanni Natale Buscema, como foi batizado, nasceu em 1927 e viveu até 2002, ano em que entrou para o hall da fama do prêmio Eisner. Durante os anos em que trabalhou para a Marvel também desenhou outros personagens icônicos, como o Quarteto Fantástico, Thor e o Surfista Prateado.