N
09
out
2017

Crítica: O Divino

Gibas
//
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O Divino é um quadrinho lançado pela Editora Novo Século através do selo Geektopia (inclusive, aconselho você a pesquisar outros quadrinhos com esse selo, pois tem coisa muito boa como Wicked + Divine).

Na história acompanhamos um homem que decidi ir para um país remoto chamado Quanlun, ele acabou de não conseguir uma promoção, sua mulher está grávida e essa viagem para executar uma missão secreta para os EUA, ele ganhará um bom dinheiro. A viagem tranquila desanda completamente quando ele tenta salvar um garoto e acaba sendo capturado por um grupo de crianças guerrilheiras.

É uma ótimo história e você lerá em uma sentada (não recomendo a leitura picada) e você deve ler uma nota dos autores no fim da hq, pois foi essa nota que me levou a escrever uma crítica sobre O Divino.

Ao fim dessa hq, os autores inseriram uma nota que aqui tomarei a liberdade de reproduzir: Em janeiro de 2000, o fotógrafo Apichart Weerawong, tirou uma foto de dois irmãos gêmeos de doze anos, imediatamente após o ataque do exército tailandês a um hospital, onde esses gêmeos mantiveram 800 pessoas como reféns. A foto foi rapidamente divulgada por todo o mundo, tornando-se uma imagem inigualável da infância sem infância.

Foi dessa imagem que os autores Asaf, Boaz e Tomer tiraram a inspiração para criar O Divino, foi da vontade de tentar explicar de onde esses irmãos vieram e quem eles eram que nasceu a hq.

Criaram assim uma obra ficcional crua e pessimista sobre o mundo. Os meninos da foto são Johnny e Luther Htoo, que no fim da década de 90 lideraram um grupo de centenas de refugiados de Karen no leste Birmânia, chamado “O Exército de Deus” e lutaram contra o exército birmanês para desapropriarem suas terras. O gêmeos eram cercados de lendas e provavelmente foram delas que saíram algumas ideias presentes na história.

Como ficção, a história é apenas inspirada na realidade e a própria arte da hq deixa claro com suas cores vibrantes que estamos num mundo diferente, ainda que seja o nosso.

A mensagem que fica dessa história toda e acredito que seja parte da intenção dos autores, é falar sobre a infância. Mais ainda sobre a infância perdida, sobre as milhares e milhões de crianças que todos os anos perdem parte da infância por causa de guerras, políticas e disputas das quais elas ainda não deveriam fazer parte.

Essa é uma história que vale a pena ser lida e também vale a pena você tirar alguns minutos do seu dia, após a leitura e refletir sobre a foto dos gêmeos. O que podemos fazer para que fotos como essa não se repitam?

Nota HQQISSO:

 

 

 

Bom pessoal, essa foi a crítica de hoje, na verdade, menos crítica e mais indicação não é?

Espero que tenham gostado, um abraço a todos e boas leituras!

 

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