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FIQ 2015 – parte 3

E vamos continuar os reviews das aquisições no FIQ.

singular-capaSINGULAR – Emanoel Melo

Singular é um quadrinho de ficção científica situado em algum período da história humana, provavelmente daqui algumas centenas de anos onde a raça humana parece estar extinta e as máquinas herdaram a terra.

Em meio a este mundo desolado, surge uma andarilha sem nome, que diz ter sido enviada pelo criador para descobrir o que aconteceu com a humanidade. Essa é a principal pergunta da hq. Ainda existem humanos? Ou nossas criações robóticas e nossos restos mortais serão os últimos indícios de que os humanos existiram?

Primeiro, o que mais me chamou a atenção na hq foi ela ser toda em preto, azul e branco. Isso ajuda muito a representar a desolação do mundo criado e a frieza das máquinas. A arte me lembra um pouco os mangás, mas com traços mais limpos, sem todos aqueles rabiscos da arte oriental.

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Apesar de pequena (o que é bom a gente sempre quer mais), a história é muito boa, com reviravoltas e o suspense de uma boa ficção científica. O autor entrega apenas pedaços de informações sobre esse mundo sem humanos e cabe ao leitor preencher as lacunas da forma que lhe parecer mais incrível.

Ao final da hq foram colocados alguns sketches, o que sempre acho muito interessante para sabermos como o autor chegou no resultado final e ele também coloca sua ideia de como será o futuro com as máquinas. Não sou tão otimista quanto ele.

Por fim, gostei bastante, queria que fosse maior e acredito que o Emanoel pode continuar escrevendo e desenhando robôs, pois se o futuro da robótica é incerto, a qualidade de sua arte, pra mim, já tem um futuro garantido.

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Ah, já ia me esquecendo, eu adorei a capa. Com certeza vai pra minha estante.

Nota HQQISSO:

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Quer mais? Acesse: Emanoel Melo

mariposa-capaMARIPOSA – Marcatti

Lá dentro do FIQ, naquela loucura de hq’s e autores e gente andando pra todo lado, eu encontrei um cara, chamado Marcatti, muito gente boa, bom de papo e conversamos por um bom tempo. Acabei comprando um hq e mesmo sem conhecer o autor ou qualquer uma de suas obras, me arrisquei e levei para casa uma de suas histórias escatológicas e de gosto duvidoso, como o próprio autor me avisou.

Ele estava certo, a parte escatológica não é nem um pouco o meu estilo. Já todo o resto, a história, o texto, os desenhos, os personagens, não é atoa que essa hq ganhou prémio. Marcatti é um fantástico contador de histórias.

Mariposa começa com o camarim de uma boate de quinta categoria, onde as prostitutas Fercínia e Marlésia se preparam para mais um show de rotina. Ambas são exploradas sem dó pelo cafetão Herminiano, um escroque ganancioso e sem escrúpulos, que as condena a fazer o que ele bem entende. Esta noite, porém, Fercínia está com um brilho diferente nos olhos: ela espera ansiosamente que Nevair, um dos clientes mais assíduos da casa, a peça em casamento e a tire dessa vida.

Nevair acaba em um triângulo amoroso bizarro e as bizarrices continuam até o fim. Mas é na construção da história e dos personagens que esta história se sobressai. A complexidade dos relacionamentos e da psique de cada um reflete a realidade e ficamos tão envolvidos na história que mesmo nas partes escatológicas que você não quer ler, você continua lendo, porque você precisa saber o final.

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Em meio a reviravoltas, amores, descobertas, assassinatos, sexo e piadas, a arte não deixa barato e apresenta personagens exageradamente realistas. Esqueça galãs e mulheres perfeitamente desenhadas, Marcatti retrata o mundo real, um pouco pior do que ele é.

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Não conheço as outras obras do Marcatti, mas recomendo a leitura de Mariposa por toda a diversidade de significados que ela carrega e porque o autor é uma grande pessoa, se você tiver a oportunidade de trocar algumas palavras com ele, faça. Ao final da hq temos um making of, mostrando partes do processo de criação, vale a pena conferir.

Pra fechar, deixo aqui uma pequena parte do texto de Marcatti, que fala sobre a voracidade de uma paixão: “Lasciva e insaciável, vem cobrar seu merecido preço. Seu sangue pelo meu suor. Sua fome pela minha sede. Seu corpo pela minha alma. Seu amor pela minha paixão.”

Nota HQQISSO:

nota-hqqisso-4

 

 

 

Quer mais? Acesse: Marcatti

yang-capaO MUNDO DE YANG – Orlandeli

Essa hq foi uma adorável surpresa pra mim. Já na compra, gostei muito do autor e levei marcador de livro, sacola, bottom e a hq.

O Mundo de Yang é a fantástica história de um garoto, chamado Yang, que vai parar em outro mundo, cheio de perigos e descobrindo que ele é o escolhido para equilibrar as forças, começa sua jornada com aventuras e amigos improváveis.

Obviamente inspirada na cultura oriental, a hq começa com Yang e “a voz” e logo no início já temos o tom de humor de permeia toda a história. Apesar de Yang ser o principal, pra mim o personagem que ganha essa hq e me faz recomendar sua leitura é o Loh. Meio humano, meio peixe ou sapo, não sei. O que sei é que ele é o guia/mentor de Yang, que o ajuda nessa aventura. É do Loh que vem as melhores piadas da hq. Como todo mestre oriental, ele é cheio de provérbios e enigmas, só que meio doidos e sem nexo a primeira vista.

A história possui várias mensagens que extrapolam o mundo de Yang e servem para o nosso dia-a-dia, como: “O caminhante que aprecia a jornada não sente o peso da mochila”.

Cheia de simbolismo, a hq segue a jornada do herói, primeiro um sujeito qualquer, depois a descoberta da missão e então o treino para se tornar o escolhido. Em meio a essas etapas várias características da cultura oriental aparecem, como o mestre que testa seu aprendiz do jeito mais doloroso, os amuletos que servem para amplificar a força interior, a eterna luta entre a luz e a escuridão.

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Orlandeli possui uma arte ímpar e característica, seus traços são expressivos e rebuscados valorizando ainda mais a luta entre o bem e o mal. Sua história é bem contada e ainda que trate da jornada do herói, é diferente do que você já leu ou já viu. Uma boa mistura entre o ocidental e oriental.

Ao final, temos uma galeria com desenhos do Yang feitos por artistas convidados e ficou muito foda!!!

Realmente me agradou muito e fiquei satisfeito em comprar e ler essa hq que me fez rir e refletir.

Nota HQQISSO:

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Quer mais? Acesse: Orlandeli

 

Bom pessoal, por hoje é só.

Espero que tenham gostado e que tenham também a oportunidade de ler essas hqs.

Até a próxima!!!!!

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Lost Kids | HQ nacional do mundo todo

Lost-Kids-capa-2Projeto novo, feito na raça e com muita vontade e qualidade.

“Um pacote misterioso é aberto por cinco adolescentes no meio de um corredor escolar, dentro dele apenas uma misteriosa bola brilhante e um bilhete: “Busquem Samarkand”. Em segundos, uma forte luz toma todo o corredor, consumindo os cinco jovens. Quando a luz se apaga, todos desapareceram…

Agora, eles terão que deixar as diferenças de lado para encontrarem uma maneira de voltarem para suas vidas normais. E a única esperança deles é localizar a mitológica cidade de Samarkand, berço dos Deors, uma poderosa e extinta civilização que talvez tenha descoberto outros mundos e como navegarem entre eles.”

É assim que começa a mini-série em Quadrinhos “Lost Kids: Buscando Samarkand”, com o grupo de jovens sendo transportados do nosso mundo para outro fantástico. Como toda boa história de rpg começa, as bases dos personagens são sempre sacudidas para que a aventura se inicie.

O cineasta Felipe Cagno, criador do projeto, adaptou seu roteiro cinematográfico original ao novo formato de Graphic Novel e contou com uma equipe de mais de quinze artistas do mundo todo para dar vida à história em um livro com mais de 250 páginas coloridas.

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Atualmente tentando levantar o custo desta primeira tiragem através do Crowdfunding no site Catarse, Cagno acredita que os fãs de quadrinhos e filmes de sessão da tarde irão se envolver e serem os verdadeiros responsáveis pela viabilização do projeto em formato de livro.

Para saber mais sobre o projeto “Lost Kids: Buscando Samarkand” e contribuir, acesse http://catarse.me/pt/LostKids ou confira a página oficial no Facebook no link https://www.facebook.com/lostkidscomic

Todos que contribuírem adquirindo um exemplar impresso recebem no mesmo dia uma cópia digital exclusiva da mini-série completa para lerem no computador, tablet ou smartphone.

Lost-Kids-capa

Algumas curiosidades sobre a produção da Mini-Série “Lost Kids” que levou mais de dois anos para ficar pronta:

  • – O projeto “Lost Kids: Seeking Samarkand” teve seu início como um roteiro de um longa-metragem para o cinema. Foi somente após um produtor e um roteirista em Hollywood sugerirem o lançamento em outro formato que o projeto finalmente tomou forma como uma mini-série em quadrinhos.
  • – No ano de 2009, o roteiro cinematográfico foi finalista de várias importantes competições de roteiros nos EUA, sendo extensivamente desenvolvido durante aquele ano e no ano seguinte.
  • – Foi o DeviantArt, comunidade online que reúne artistas e designers, que deu asas ao projeto. Foi por ali que o roteirista/produtor Felipe Cagno pôde fazer amizades e parcerias que possibilitaram toda a criação do projeto, enquanto serviu também de plataforma de lançamento.
  • – O site DeviantArt já premiou o trabalho da equipe em seis ocasiões, escolhendo seis artes emblemáticas como as melhores do site através das Daily Deviations.
  • – A equipe criativa da Mini-Série é realmente global, além de Felipe, Wilton e Rafael, brasileiros, a equipe conta com dois ilustradores em Iowa nos Estados Unidos, três artistas no México, um em El Salvador, outro de Portugual, um dos coloristas é da Austrália, o outro escocês e completando o time um ilustrador nas Filipinas.
  • – A mini-série é inteira produzida através da internet, a equipe criativa nunca se conheceu pessoalmente, com exceção dos brasileiros que se conheceram através da Quanta Academia de Artes.

Assista também o vídeo sobre o projeto:

Catarse – “Lost Kids” from Felipe Cagno on Vimeo.

Pessoal, esse projeto vale muito a pena e o valor também é justo. Por R$50,00 você terá o livro na sua casa de mais de 250 páginas, o que é muito bom e ainda terá a cópia digital.

Eu já contribui com o projeto e você?

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Achados e Perdidos!

Pra quem não faz idéia do que seja, dê uma olhada:
É isso aí!!!!

Com essa capa enigmática e um título que parece não fazer sentido com a imagem, Achados e Perdidos, lançada através da Ed. Quadrinhos Rasos, traz a visão de seus autores, Damasceno/Garrocho/Ito, sobre a solidão, o esquecimento e a força de uma amizade (ou talvez não seja nada disso e eu entendi tudo errado).

Mas…. continuando….

A HQ, de excelente qualidade gráfica, começa com um garoto e seu problema. Um buraco negro em sua barriga. Como surgiu essa coisa? De onde veio? Como ele se livra dela? Essas são perguntas que a HQ não questão responder. E ao final da leitura elas nem mesmo são mais importantes. É difícil prever a profundidade dos argumentos logo na primeira olhada, mas Achados e Perdidos trata de questões que incomodam a mente humana a milhares de anos. Serei lembrado após a morte? Faço falta para alguém? Se eu sumir neste instante, alguém sentirá minha falta? Estas sim, são questões que está HQ põe em pauta. E em momento algum se propõe a responder, mas em refletir sobre esses pontos e acreditar que caminhos dolorosos podem levar a finais libertadores.
Mas essa não é uma HQ triste ou que trata apenas de coisas densas, temos um amigo que quer ajudar o outro a todo custo, que não tem medo de se arriscar por alguem que ele gosta e também temos o contra ponto do personagem principal, uma garota (que como tantas outras pessoas) sacrifica e oprime sua individualidade e especificidades como ser, apenas para fazer parte de um grupo e ser aceita. Assim forma-se o tripé base de toda a HQ, medo e força de vontade de um lado, coragem e imprudência de outro e para fechar, baixa altoestima e pontecial. Com isso, li esta HQ como um punhado de metáforas e reflexões de como levamos nossas vidas e como nos relacionamos com os próximos.
A arte da HQ é impecável e contaria a história sozinha. Alegria, solidão, amor, desespero, esperança, ficam claros em cada desenho, em cada rosto. Próximo ao final, eventos inesperados acontecem, nenhuma virada mágica ou super quebra caminhos ao estilo Hollywood. Esses acontecimentos são muito flúidos e fecham a história de uma forma bonita, sem ser piegas ou tentar passar alguma lição de última hora. O que levo dessa HQ é uma bela reflexão: Só são esquecidos aqueles que esquecem deles mesmos.
Aconselho a todos que tiverem a oportunidade de ler, que leiam e tirem suas próprias conclusões e reflexões. Até a próxima!

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A 24ª edição do Troféu HQ Mix, que acontecerá este ano, chega com surpresas e mudanças já na lista de indicados e na organização do prêmio.

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