Há algum tempinho atrás a Marvel lançou dois encadernados do Thor, O Carniceiro dos Deuses e Bomba Divina, e juntos eles contemplam as edição 1 a 11 da revista Thor: God of Thunder, nos EUA. Sempre gostei desse tipo de publicação no Brasil; muito melhor reunir várias revistas mensais em poucos volumes ao invés de sermos obrigados a comprar todo mês as revistas mistas nas bancas. Ainda que isso atrase um pouco a publicação.
Jason AAron (roteiro) e Esad Ribic (desenhos) deram uma abordagem mais cósmica e menos mitológicas ao Deus do Trovão, e também aos outros Deuses que existem. A história começa de maneira promissora: alguém está assassinando Deuses por todo o Cosmo, um alguém que Thor já enfrentou no passado e, aparentemente, ainda trará muitos problemas no futuro. A partir daí a narrativa não ocorre de maneira linear, alternando sempre entre 3 versões do Thor em tempos diferentes.
Prós: As ilustrações, principalmente as cores, funcionam muito bem, seja uma cena de ação ou em um momento calmo a arte impressiona. As relações de outros seres com os Deuses também é explorada de maneira bem interessante e amplia ainda mais o panteão da Marvel. Mas sem dúvida o maior mérito da história vai para o vilão, Gorr, que além de ser uma criação totalmente original dos autores, ele assusta e deixa o leitor intrigado ao mesmo tempo. Há muito tempo não se via um vilão com visual e motivações tão interessantes quanto esse.
Contras: O problema acontece na maneira com que é retratada os outros Deuses do Cosmo. Jason Aaron optou por ignorar outras mitologias, o que pode ter sido feito para facilitar a criação do roteiro, e criou uma nova infinidade de outros Deuses. São tantos e tão diversos que acabaram parecendo comuns, dando a impressão de serem apenas raças alienígenas diferentes, sem nada que as qualifique como divindades. Outro ponto negativo é o uso excessivo de Thors. Como assim? Ele não é o protagonista? Sim, mas o autor realmente parece apaixonado pelo Deus do trovão e não cansa de ficar exaltando suas versões, principalmente no final da história. Como se já não bastasse termos 3, apenas eles entre todos os milhares de Deuses existentes são capazes de fazer alguma coisa.
No final das contas, vale a pena comprar os encadernados? Sim, principalmente se estiverem na promoção (o que não é difícil). Essa é uma boa fase do Deus do trovão e diferente de muitas outras. Poderia ser melhor? Poderia, mas ainda assim vale o preço.
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