Laurie Júpiter não pertence ao seu tempo.
Criada pela mãe para assumir o posto de Espectral, Laurie não teve a infância e adolescência que todos gostariam.
Impedida de se aproximar de meninos, forçada a fortalecer seu corpo e aprender a se defender, sem conhecer o pai, vivendo somente uma mãe dura e os terríveis boatos que ouvia na rua sobre ela.
Assim começa Antes de Watchmen: Espectral, de Darwyn Cooke (The Spirit) e Amanda Conner (Power Girl).
Laurie vive com sua mãe, da escola pra casa, em casa treina, em pouco tempo será a nova Espectral, heroína que sua mãe já foi e agora é apenas uma sombra que reside em uma mulher amarga e fria que faz de tudo para esclarecer a sua filha quanto a podridão dos homens e que ele deve se afastar ao máximo.
Mas Laurie está crescendo, seu corpo mudando, logo ela será a Espectral e antes disso, sua curiosidade a levará para próximo dos homens.
Cooke faz um roteiro fechado, que não deixa dúvidas sobre o destino da protagonista. A mãe de Laurie não só criou ela para ser uma heroína, como também faz de tudo, moralmente certo ou errado, para que ela cumpra seu destino imposto.
No entanto, o ponto alto da HQ, não é a relação das duas personagens, nem alguma cena com elas, mas a aparição de um velho amigo.
O Comediante.
Sim ele mesmo, aquele cara durão que quebra a cara de todo mundo e aqui não é diferente. Mas sua função é muito mais discreta e muito mais errada. Ele é o cara que aceita qualquer serviço ou pedido. Moral não é o ponto forte dele e podemos dizer que o caminho de Laurie só chegou ao ponto que vemos em Watchmen, por causa do Comediante. E por todas as causas possíveis.
Quanto a Conner, seu desenhos contribuem muito para uma HQ que envolve lutas, drogas, sexo e choros.
A todo tempo Laurie parece uma menininha perdida na cidade, maravilhada com seu namorado e uma vida de paz e amor. Mas quando preciso, utilizando sua sensual roupa de combate, Laurie parece uma mulher determinada e astuta, forte e até um pouco sádica.
Parece que os ensinamentos de sua mãe não ensinaram somente como se defender, mas também a machucar, causar dor e sofrimento. E Laurie parece gostar muito disso. Não porque ela goste somente de machucar por machucar, mas porque ela pode.
As viagens de LSD também são muito bem representadas por Conner, que mostra a droga levando Laurie a lugares felizes e coloridos, que rapidamente se tornam pesadelos, misturando realidade, as histórias sobre a mãe e seu futuro.
Espectral é uma HQ bem completa, tendo quase tudo que um roteiro pode oferecer. A única coisa que ele não tem é comédia. É uma história que pode te fazer refletir sobre várias coisas. Hippies, drogas, sair de casa, abandonar os pais, trabalho, destino, amor, sonhos, mas de tudo que essa HQ oferece, comédia não está presente.
O que é uma bela contradição, Já que um personagem importantíssimo na vida de Laurie se chama Comediante e o que ela menos faz é sorrir.
A mulher que Laurie viraria depois de alguns anos, é fruto de seu passado contido nessas páginas.
AVALIAÇÃO HQQISSO:
Para terminar, fiquem com mais duas imagens e até a próxima!!! (clique na imagem)
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