Category Sugestão

Astronauta Magnetar | Experiência fantástica

Ontem, em 20 minutos, tive uma experiência muito agradável. Chama-se Astronauta Magnetar. É pequeno, de leitura rápida e envolve conceitos que vão muito além das histórias de Maurício de Souza. Sob o selo da “Graphic MSP”, Maurício permitiu que seu personagem fosse explorada de uma forma mais adulta e fez muito bem em colocar sua criação nas mãos de Danilo Beyruth. O Astronauta nunca mais será o mesmo.

A vida no espaço, solidão, conhecimentos, escolhas, riscos e um Astronauta dedicado a viajar e presenciar o que ningúem jamais viu. A HQ de Beyruth tem o roteiro muito bem definido, que respeita o que Maurício já criou para o personagem e vai além. Com uma rápida introdução, mostrando a infância de “Astro” a HQ logo parte para o espaço e as maravilhas e perigos que ele oferece.

Devo ressaltar agora que o trabalho de Beyruth em retratar a rotina de um astronauta preso em uma nave danificada é excelente e facilmente aplicada ao nosso cotidiano. São nove quadros, sendo que o primeiro é acordar e o último dormir. Mesmo assim a rotina está lá e não seria chamada rotina se houvesse mais do que nove quadros. Esses mesmos quadros são reduzidos e repetidos, várias e várias vezes, até que se completam 2 páginas inteiras de rotina, representando vários dias que se passaram e daí saí o melhor da HQ, um Astronauta louco. Não somente pela rotina, mas pela solidão, a falta de contato com outros seres vivos e o medo de ficar preso no espaço, levam o personagem as últimas forças e aos atos mais desesperados.

Apoiando todo o roteiro e desenho de Beyruth temos a Cris Peter colorindo e deixando a HQ mais viva, mais suave, tirando o peso do roteiro. Tenho que dizer que foi nessa HQ que vi uma das páginas dupla mais bonitas que já vi, dentre tudo que já li. Colocarei a imagem abaixo, mas ela na reflete nem 10% do impacto que tive a virar uma página e ter na minha frente o espaço, ou melhor, como diz Astro, céu por todos os lados. Cris Peter me fez acreditar que o espaço é roxo e lilás e rosa e ….. porque ficou bonito d+++!!!!

Bom pessoal, eu acredito que vocês precisam ver Astronauta Magnetar com seus próprios olhos. Não tecerei mais comentários, só quero ler a HQ de novo. Um abraço e boa leitura pra todo mundo.

Leia Mais

Punho de Ferro | Um lado B melhor que o lado A

punho de ferroBrian Bendis vem fazendo um ótimo trabalho com os Novos Vingadores já há algum tempo. Além de ser uma das melhores revistas atuais da Marvel, essa nova equipe tem um elenco bastante interessante, com cada vez mais heróis urbanos. Dentre esses heróis temos o Punho de Ferro, personagem criado na década de 80, ex-herói de aluguel e amigo de longa data de Luke Cage.

Mas não estou aqui para falar do início nem da fase atual de Daniel Rand, mas sim de como ele deixou de ser um personagem Lado B sem graça para se tornar melhor do que muitos outros Lado A. A revitalização do personagem se deu pelas competentes mãos de Ed Brubaker e Matt Fraction, com a arte David Aja e vários outros artistas que conseguiram tirar do buraco um dos heróis mais inexpressivos da Marvel (ou pelo menos essa era a minha opinião sobre ele).

A revista O Imortal Punho de Ferro, lançada em 2007, nos apresentou toda uma nova mitologia sobre a ordem dos guerreiros que portaram o poder do Punho de Ferro ao longo dos anos. Se você também não conhecia a fundo o personagem e nunca havia imaginado que Daniel Rand não era o único a usar o Punho de Ferro, ficará positivamente surpreso ao conhecer vários outros muitos mais interessantes que o próprio Daniel, além de saber mais sobre as outras cidades místicas adversárias de Kun Lun e suas armas imortais.

armas imortais

Dentre as várias ótimas edições da revista, temos um destaque especial para edição 07, que concorreu ao Eisner Awards de melhor história fechada ao contar a história de Wu Ao-Shi, a última mulher (e pirata) a carregar o manto do Punho de Ferro.

Embora toda a saga tenha sido lançada de maneira horrível pela Panini, ela com certeza mostrou que a Marvel tem potencial para fazer muita coisa boa ao invés de ficar reciclando as mesma fórmulas com o mesmos personagens ou ficar investindo o tempo todo em sagas apocalípticas com desfechos que não dão em nada. O Imortal Punho de Ferro é uma das melhores revistas mensais, ainda que de curta duração, que já vi passar pela casa das ideias e, se você não puder comprar, vale gastar um tempinho baixando as edições online.

Leia Mais

Zé Carioca | Morcego Verde

O intrépido Morcego-Verde, alter-ego do Zé Carioca e maior herói da Vila Xurupita, sempre proporcionou boas histórias. Sua falta de talento, sua identidade nada secreta e sua disposição no combate ao crime fizeram dele um dos melhores personagens em quadrinhos já criados pela Disney.

Mas o que me chamou a atenção recentemente foi uma edição antiga da revista descoberta em um sebo de Porto Alegre. A capa estampava o título A Piada sem Sal, uma paródia inspirada no clássico A Piada Mortal (que nem precisamos aprensentar, né?!) conta a história do rapto da namorada do herói pelo terrível vilão e ex-cobrador, Moringa. Além de render boas risadas, a paródia ficou muito bem feita, com momentos bem fiéis aos do quadrinho original.

Você irá precisar de sorte para conseguir achar essa pérola perdida em algum sebo ou pela internet, mas caso consiga, aproveite a oportunidade de conhecer esse clássico do melhor e mais inepto herói da Disney.

Leia Mais

One Piece | Luffy finalmente na Grand Line

Para muitos que estão lendo este post, a chegada de Luffy à Grand Line já se foi a muito, muito tempo. Para aqueles que leem o mangá seja comprando ou baixando e para aqueles que assistem o anime, Luffy deve estar há um bom tempo vivendo aventuras na Grand Line, mas este blog não é feito só de críticas. Eu gosto dar sugestões e principalmente incentivar e, se tudo der certo, formar novos leitores de quadrinhos e mangás. Por isso, este post será uma iniciação para aqueles que não conhecem One Piece e um pouco de crítica/análise para aqueles que já são familiarizados.

Leia Mais

Y – O Último Homem #10 | O fim do fim do mundo!

Y chegou ao fim em seu 10º encadernado e felizmente não sofreu com o problema ou defeito das grandes séries e sequências de ter um final que não satisfaz o leitor que passou meses ou anos acompanhando aquela história. Y termina, até certo ponto, de forma inesperada, e nenhum leitor pode dizer que o final não era para ser esse, pois a história apenas segue seu rumo, os eventos já estavam lá, todas as revelações condizem com os fatos e o final agrada aos fãs de Yorick.

Leia Mais

Hellblazer – O Constantine que eu não conhecia

Eu nunca li muita coisa do personagem Constantine, apenas um encadernado (Hábitos Perigosos) e algumas histórias soltas, emprestadas pelos amigos ou lidas as pressas em alguma comic shop. Eis que me arrisco, nem tanto risco assim, em comprar Hellblazer Origens Volume 1. Fico feliz por ser um cara que gosta de correr alguns riscos.

O primeiro volume de Hellblazer Origens traz as primeiras edições da série Hellblazer, escritas por Jamie Delano, o início de tudo, quando Constantine deixou de ser coadjuvante nas histórias do Monstro do Pântano e estreou em suas próprias histórias e seu próprio universo. No início não há muita diferença do nosso mundo real, parece que a magia contida em Hellblazer é totalmente possível, isso se ela já não existe e nós apenas não conhecemos.

Vou me concentrar em John Constantine. Pelo que eu havia lido do personagem já dava pra ter noção que John era uma filho da p… de marca maior, sem coração, safado e sem respeito nenhum pelo desconhecido. Agora, que Constantine era um homem falho, com enormes defeitos, que tem medo de seres malignos poderosos e que ele se importa com alguém, esse era um Constantine que eu não conhecia e que Delano me apresentou de forma belíssima, através de seus textos longos e carregados, descrevendo não as ações de John, mas seus pensamentos íntimos, despindo o personagem de uma forma tão cruel que, ao final da leitura, é possível dizer que John é real e que você conhece a pessoa que ele é. Tudo isso muito bem registrado com uma arte que não entrega todas as cenas, deixando sua imaginação trabalhar em cima do texto e da habilidade de Delano em construir histórias que prendem o leitor em cada página. Tudo é importante e alimenta sua curiosidade de como será o desfecho.

Finais. Delano faz algo que acho muito importante, ele nem sempre entrega o final que parece mais óbvio ou mais coerente e muito menos aquele que o leitor deseja. Ele surpreende, encanta e desconstrói sua noção de final feliz. Entenda desde já, finais felizes em Hellblazer são sempre finais felizes para a alma de Constantine. Enquanto ela estiver intacta, tudo está certo e amanhã é um novo dia.

Hellblazer é uma recomendação máxima para quem quer sair do mundo dos super-heróis e mergulhar na sujeira, no sangue e na realidade dos quadrinhos adultos. De preferência, comece do início de Hellblazer, vale a pena e você não vai se decepcionar. Não espere mocinhos. Eles não existem no mundo real!

Leia Mais