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Diablo em HQ | Previsível e Melhorado

O lançamento de uma HQ adaptando o jogo Diablo 3 era previsível. O que também era de se esperar é que a HQ fosse muito ruim e feita sem atenção ou esmero. Apenas mais um caça-níquel. Mas não é bem assim, a HQ de Diablo tem suas qualidades e defeitos como várias outras e pode ser lida sem problemas. Não é a melhor coisa da sua vida, mas irá te entreter.

 

A HQ apresenta a história de Jacob, um jovem relativamente comum no sombrio mundo de Santuário, que vive uma vida de constante luta pela sobrevivência e sacrifício em uma cidade isolada e cercada por inimigos terríveis (bárbaros). No dia em que comete um crime atroz aos olhos de sua comunidade, no entanto, Jacob é atirado em uma aventura que irá revelar um destino muito mais grandioso do que ele jamais poderia imaginar para si. Com essa sinopse já temos um ponto positivo para a HQ. Ela não conta a história do jogo. É o mesmo mundo, em uma época próxima, mas com outros personagens, dando liberdade para se criar um conto novo dentro do universo de Diablo e enriquecer a mitologia do jogo. Em parte isso é feito. Lendo a HQ fazemos descbertas interessantes sobre bárbaros, arcanistas (magos) e guerreiros. Um pouco da história anterior ao jogo também é contada.

No entanto, a HQ sofre um pouco com o roteiro sem ambição. Diálogos padrões, viradas no enredo que já são esperadas e a história do herói correto, que prefere enfrentar a morte para limpar o seu nome, complicam a leitura que se arrasta assim como é a jogabilidade de Diablo 3.

Os desenhos são interessantes e mostram o mundo de Diablo de uma forma parecida com jogo. Com traços bem definidos, cores vivas para representar sangue, magia e tatuagens. Apesar da arte não ter um aspecto autoral e seguir o padrão para não causar estranheza ao leitor, ela cumpre seu papel. Mostrar que Diablo é um mundo de sangue.

A verdade é que essa HQ poderia ter sido muito melhor. Talvez uma pessoa a mais para dar um polimento no roteiro, um arte finalista deixando os desenhos menos comuns e um protagonista mais interessante teriam melhorado consideravelmente a HQ e transformado-a em um sucesso. Assim como foi o jogo. Pelo menos por duas semanas. Assim como foi o jogo.

Obs: o personagem da arcanista é muito melhor que o protagonista. Todos gostamos de magos.

 

Um abraço da todos e até a próxima!

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Lanterna Verde | Segredo da Tribo Índigo

Estava eu lendo as últimas revistas de Lanterna Verde, mais precisamente as revistas nº 8, 9, 10 e 11. Dentre as histórias que fazem parte do mix da revista, uma me chamou a atenção. O segredo da Tribo Índigo. Umas das sete tropas que foram criadas para a saga noite mais densa e passaram a fazer parte do universo dos policiais espaciais.

De início o que me intrigou não foi o fato deles revelarem um segredo, mas o fato deles revelarem um segredo sobre uma tropa que os leitores não sabiam nada ou muito pouco. Pronto, já estava fisgado pela história e enquanto lia, fui surpreendido por outras revelações sobre a tribo que me deixaram extremamente feliz em ler estas páginas.

[SPOILERS]

A Tribo Índigo controla o poder da compaixão (s.f. sentimento de simpatia ou de piedade para com o sofrimento alheio) e isso nunca pareceu muito interessante perto das outras cores, como o amarelo que é o poder do Medo ou o vermelho que é o poder da Ira. Mas as últimas edições de lanterna mostraram que a compaixão pode ser uma ótima força, quando ela é imposta aos seus utilizadores e quando eles são criminosos espaciais. Quem poderia sentir mais compaixão para com as famílias de pessoas assassinadas do que o próprio assassino, acometido por esse sentimento e obrigado por seu anel da compaixão a rever todos os momentos e todas as vítimas de suas crueldades.

A Tribo deveria se chamar Seita de Lavagem Cerebral da Compaixão. Cada criminoso que é escolhido pelo anel sofre uma lavagem cerebral e passa a ser um indivíduo relativamente bom, com a função de caçar outros criminosos e “recrutar” mais indivíduos para a tribo. Aí você pode pensar: Poxa, isso é bom, reabilitação de criminosos. Só que não, pois os indivíduos maus continuam dentro dessa casca de bondade criada pelo anel. Enquanto seu anel funcionar um lanterna índigo continua repetindo a palavra “NOK”, que significa “que a compaixão esteja com você”, meio que em uma forma de convencer a si mesmo. Mas quando separado do anel, o indivíduo volta a ser ele mesmo. Seja  lá o quanto ele era ruim antes.

Você não acha que isso era um segredo grande de mais???? Então senta aí. O criador da tribo, que deu início a essa falsa purificação de criminosos foi ninguém mesmo que Abin Sur. O maior de todos os lanternas verdes, criou a tribo índigo para aprisionar uma de suas maiores inimigas, que matou sua irmã e tantos outros pelo universo. É isso que o anel índigo faz. Aprisiona criminosos. Pelo menos suas mentes. Amançando seus ímpetos assassinos e tornando-os novos arautos da compaixão.

De todas as tropas que estão presentes nas revistas do Lanterna Verde, essa é uma das mais diferentes, pois seus integrantes são os únicos que possuem pensamentos diferentes ou até contrários aos de seus anéis. Em questões de roteiros e novas histórias, essa tribo pode ser muito bem explorada. Ela foi deixada um pouco de lado, por haver tantas outras, mas agora teve seu espaço e com as revelações feitas sobre a Tribo, eu gostaria muito que ela continuasse a protagonizar alguns roteiros. É sempre muito maluco olhar para aquele ser arrocheado e que prega o “NOK” sabendo que ali dentro está um criminoso que pode sair a qualquer momento.

Por hoje é isso pessoal. Espero que tenham gostado e fiquem atentos a mais informações sobre as histórias do Lanterna Verde. Um abraço a todos e boa leitura!!!

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Vingadores vs X-Men | Viagem no tempo

Após ler a primeira edição da aguardada série Vingadores vs X-Men, comecei a me perguntar algumas coisas sobre viagem no tempo. É uma coisa difícil de entender, com paradoxos incompreensíveis e sempre com um vai-e-vem que confunde tudo. Primeiro vou contar o que aconteceu na edição e depois farei meus questionamentos. [Se você está com preguiça de pensar, pare de ler agora. Este post não é para você.]

Vamos aos acontecimentos. No início da saga, Cable, o filho de Ciclope que vive viajando no tempo, descobre que os Vingadores entraram em guerra com os X-Men por causa da messias mutante chamada Esperança. Como ele cuidou da menina desde pequena, seu carinho por ela é enorme e ele investiga melhor a história. Como o futuro está todo destruído, o que parece ser o resultado da guerra, Cable vai até as ruínas da mansão dos Vingadores e descobre armas contra mutantes. Com isso ele decide impedir a guerra da melhor forma possível. Voltar ao passado, espancar todos os Vingadores, prender a equipe utilizando os equipamentos que ele encontrou e com isso salvar Esperança.

Até aí, tudo bem. Os problemas começam agora. Cable volta no tempo, para o nosso “presente”, e começa sua guerra contra os Vingadores prendendo o Falcão, Homem de Ferro e Capitão América com as armas e equipamentos que encontrou no futuro. A coisa se complica quando Hulk aparece e também os X-Men. Como esperado, Cable é vencido e os X-Men e Vingadores entram em acordo. Os X-Men ficam com Cable e os Vingadores ficaram com as armas. Eles tomam conhecimento do que está por vir quando Cable explica porque voltou.

Então na tentativa de impedir a guerra, Cable voltou no tempo, fez merda e deu início ao embate entre as duas super-equipes. Mas e se ele não tivesse voltado? Como as duas equipes saberiam que Esperança estava em perigo? De que forma os Vingadores conseguiriam armamentos contra mutantes? Pera aí. A culpa de tudo então é do Cable? Se ele não tivesse voltado, nada aconteceria? Mas já tinha acontecido e por isso ele voltou. Então calma. Que porra aconteceu????

Viagem no tempo é realmente complexa. Principalmente porque se alguém já fez, não explicou como foi e o que aconteceu. Mas nesta saga da Marvel, podemos utilizar um conceito que também foi utilizado no último filme de Star Trek de 2009, com Chris Pine e Zachary Quinto. Vamos utilizar o conceito de realidades paralelas.

No futuro, a guerra já aconteceu e faz parte da linha 1 da realidade. Ao voltar no tempo, no exato momento em que ele volta, criasse uma realidade paralela a linha 1, seria a linha 2, onde os acontecimentos serão diferentes, justamente por causa da aparição de Cable em um momento da história que ele não estava antes. A partir daí, tudo será diferente, o desfecho da linha 2 será diferente do desfecho da linha 1, mas as duas linhas são verdade, são realidades paralelas.

Entendeu? Bom é complicado, minha explicação pode não ser muito convincente ou até mesmo próxima do que os estudiosos falam sobre isso. O que importa é que a saga trabalha com viagem no tempo e sendo assim podemos esperar muito confusão, coisas que acontecem e não acontecem ao mesmo tempo, o famoso morreu mas está vivo que a Marvel adora. Então amigos, sente, leia a história e:

 

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Astronauta Magnetar | Experiência fantástica

Ontem, em 20 minutos, tive uma experiência muito agradável. Chama-se Astronauta Magnetar. É pequeno, de leitura rápida e envolve conceitos que vão muito além das histórias de Maurício de Souza. Sob o selo da “Graphic MSP”, Maurício permitiu que seu personagem fosse explorada de uma forma mais adulta e fez muito bem em colocar sua criação nas mãos de Danilo Beyruth. O Astronauta nunca mais será o mesmo.

A vida no espaço, solidão, conhecimentos, escolhas, riscos e um Astronauta dedicado a viajar e presenciar o que ningúem jamais viu. A HQ de Beyruth tem o roteiro muito bem definido, que respeita o que Maurício já criou para o personagem e vai além. Com uma rápida introdução, mostrando a infância de “Astro” a HQ logo parte para o espaço e as maravilhas e perigos que ele oferece.

Devo ressaltar agora que o trabalho de Beyruth em retratar a rotina de um astronauta preso em uma nave danificada é excelente e facilmente aplicada ao nosso cotidiano. São nove quadros, sendo que o primeiro é acordar e o último dormir. Mesmo assim a rotina está lá e não seria chamada rotina se houvesse mais do que nove quadros. Esses mesmos quadros são reduzidos e repetidos, várias e várias vezes, até que se completam 2 páginas inteiras de rotina, representando vários dias que se passaram e daí saí o melhor da HQ, um Astronauta louco. Não somente pela rotina, mas pela solidão, a falta de contato com outros seres vivos e o medo de ficar preso no espaço, levam o personagem as últimas forças e aos atos mais desesperados.

Apoiando todo o roteiro e desenho de Beyruth temos a Cris Peter colorindo e deixando a HQ mais viva, mais suave, tirando o peso do roteiro. Tenho que dizer que foi nessa HQ que vi uma das páginas dupla mais bonitas que já vi, dentre tudo que já li. Colocarei a imagem abaixo, mas ela na reflete nem 10% do impacto que tive a virar uma página e ter na minha frente o espaço, ou melhor, como diz Astro, céu por todos os lados. Cris Peter me fez acreditar que o espaço é roxo e lilás e rosa e ….. porque ficou bonito d+++!!!!

Bom pessoal, eu acredito que vocês precisam ver Astronauta Magnetar com seus próprios olhos. Não tecerei mais comentários, só quero ler a HQ de novo. Um abraço e boa leitura pra todo mundo.

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Extremis – Um Homem de Ferro extremamente sem graça

Confesso que nunca havia lido uma HQ do Homem de Ferro, já tinha lido coisas dele em equipe, mas solo, Extremis foi a primeira. E talvez, muito provavelmente, a última.

Posso ser polêmica aqui, mas vou dizer: o Tony Stark do Downey Junior é muito mais legal do que o Stark das Hqs.  #prontofaleitoleve.  Acontece o seguinte.  A HQ é nova, de 2006, e ainda assim, com seis edições, consegue ser lenta, ter um discurso retrogrado e um plot twist previsível.

As coisas acontecem sem justificava nenhuma. Um belo dia, um homem aleatório é injetado com uma solução biológica, um vírus (sdds Umbrella), e desenvolve poder super humanos. Ele é o vilão e quer sacanear todo mundo.  Ao mesmo tempo, Tony Stark se vê às voltas com a imprensa que está questionando o poder do Iron Man e aquelas coisas de sempre. Ok, até aí mais um dia na América.

O que me incomodou, sobremaneira, foi o Tony decidir injetar a tal solução em si mesmo. Sério, não tem motivo nenhum. NENHUM. Ok, o camarada lá é mais forte que ele. Tipo ridiculamente mais forte.  Só que ele não é um Hulk, por exemplo. Ele quase morre? Sim.  Mas o que as pessoas fazem quando quase morrem? Vão ao hospital. Tony Stark? Injeta uma solução biológica em si mesmo. De qualquer forma, ao invés de chamar os Vingadores, ou qualquer coisa que o valha, ele decide que tem que resolver aquilo sozinho. Por quê? Jamais saberemos.

Injetado com a solução Extremis ele se recupera da sova, bate no vilão e todo mundo está feliz novamente. Pronto. Acabou. A única diferença é que agora ele é capaz, por causa do soro, de controlar a armadura com o próprio pensamento. O que, pode ser burrice minha, mas eu não entendi o porquê. Enfim, é uma HQ que requer muito do seu poder de suspensão da realidade.

Agora, só pra eu terminar, sendo bem chata, elocubrarei sobre o porque dessa HQ. É sabido que a Saga Extremis é tida como o renascimento do Homem de Ferro. E de fato é.  Ele quase morre e fica mais forte. Mas – #momentogabrielababaca – eu acredito que a saga tenha uma relação muito próxima com o momento político dos estados unidos, como sempre tem, tá? Não se engane.

;2006, meio da guerra do Iraque, governo americano sendo questionado, sendo pressionado a retirar suas tropas. Você está defendendo? Defendendo quem? Ou seja, em outra escala, o Homem de ferro passa por tudo que o governo passava. Era necessário se justificar, diante de ameaças tão grandes, e buscar um poder maior, ir além. Para mostrar que era sim necessário. Daí extremis. Foi aí que eu me dei conta. O Homem de Ferro nada mais é que uma versão alcoólatra do Capitão América.

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Batman e a novela mexicana | Batman #10

[Contém spoilers] É meus amigos e minhas amigas, não só de novelas mexicanas sofrem os roteiros. A DC resolveu que era uma boa idéia pegar uma aguardada saga pelos fãs e criar um grande fechamento, de explodir sua cabeça, uma reviravolta fabulosa, algo nunca antes visto. Só que não!

Estava lendo a saga Corte das Corujas nas revistas mensais do Batman e depois de muitas lutas, mistérios, segredos revelados e mortes, eis o momento principal, o vilão por trás de tudo, o líder da Corte é revelado e enfrenta o Batman. Antes da briga começar, temos aquela velha história do vilão contando seus planos e explicando o porque de tudo isso. Mas é aí que a vaca vai pro brejo. O vilão se diz irmão do Batman, ele é Thomas Wayne Jr. Abandonado pela família, esquecido por Gotham e que agora trás mortes e caos a cidade como vingança.

Sério DC, vai tomar no #&*! Só podem estar de brincadeira com o leitor. Em que mundo eles acharam que isso seria legal, inovador ou chocante? Espero muito que ele seja só mais um pirado atrás do Batman e que está história de irmão seja uma loucura total da cabeça dele.

Podiam ter feito qualquer vilão novo, qualquer idéia, qualquer passado, mas é claro que eles pensaram na pior idéia possível. Quer dizer, nem foi a pior. Na verdade, a pior seria o vilão dizendo: “Bruce, eu sou seu pai!”.

Pois é, apesar dessa “reviravolta” que não me agradou nem um pouco, como vocês puderam ver, ainda vale a pena comprar as edições mensais de Batman que saem no Brasil, tem muita coisa boa e mesmo que uma história sofra com o roteiro ou desenho, tem mais duas para segurarem a qualidade da edição.

No mais, por hoje é só pessoal! Fiquem com um extra de humor, pra aliviar a tensão do post:

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