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Will Tirando

Essa semana eu estava procurando uma nova web tira para ler quando me deparei com as do Will Tirando. Percebi imediatamente que até então eu não havia lido praticamente nada dele, o que era uma vergonha. Para que nunca ouviu falar, Will Tirando é o blog criado por Willian Leite onde ele posta de 2010 suas tirinhas. Além do blog estar no ar há tanto tempo, outros dois fatores que aumenta minha vergonha foi o fato de ele ter arrebatado o prêmio de melhor web tira no Troféu HQMIX 2015 e de ter comparecido ao FIQ 2015.

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Não vou entrar no mérito se foi merecido ou não o prêmio. Esse é um assunto polêmico para outra hora. Mas sem dúvida a obra com certeza tem grande mérito a ser reconhecido. Com um humor light e às vezes algumas críticas à sociedade, as tiras divertem sem precisarem ser apelativas ou clichês, parecendo muitas vezes despretensiosas. O que para mim é ótimo!

A arte é apenas ok. Com certeza não é ruim, mas também não é um dos pontos onde o autor mais se destaca. As ilustrações cumprem o seu papel descritivo, porém, falham em diversificar as expressões das personagens e não contribuem muito para o humor da tirinha.

As histórias tem alguns personagens principais que aparecem com mais frequência, como Anésia (a velhinha ranzinza), Astolfo (o gato preto azarado) e até mesmo o próprio autor, no entanto, vemos com frequência personagens aleatórios ou charges de outros famosos. Essa diversidade é um grande ponto positivo por deixar a leitura e as piadas menos repetitivas, de forma que podemos continuar acompanhando os personagens que mais gostamos sem ficarmos saturados deles.

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Em dias em que o comum é encontrarmos na internt pessoas gritando ao invés de conversarem, ou apenas reclamando da vida sem parar, é bom ter algo simples e inteligente para ler. Principalmente quando o objetivo é apenas divertir.

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Ressaca FIQ

Bem pessoal, estive sumido por um bom tempo e por vários motivos, mas enfim consegui fazer um post sobre o FIQ (antes tarde do que nunca). Quem compareceu sabe o sucesso que foi a edição desse ano. Muitos artistas bons, lançamentos, autógrafos, quadrinhos do Catarse virando realidade… enfim, só alegria.

E nesse ano para mim o grande destaque foram as obras nacionais, pois mesmos os grandes encadernados disponíveis na Comix ou na Leitura conseguiram ofuscar a enxurrada de hq’s vindas de tudo quanto é canto do Brasil. Devido a esse sucesso, decidi falar rapidamente sobre algumas obras que valeram a pena comprar.

Aurora – Felipe Folgosi, Leno Carvalho e Nelson Pereira

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Aurora é uma história de ficção que conta a história de um pescador que após presenciar um estranho fenômeno cósmico tem seu corpo alterado e se envolve em uma trama que irá afetar todos ao seu redor. Com um roteiro interessante, a hq tem seu maior destaque nas cores utilizadas, que curiosamente passaram por 6 artistas diferentes.

Navio Dragão – Rebeca Prado

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Lif é uma pequena viking que odeia o mundo e as pessoas. Acompanhada de seu cachorro chamado Carne, ela consegue dar todo tipo de resposta grossa e fazer ameaças a todos que se aproximam; isso tudo ao mesmo tempo em que mantém seu carisma. Mas o grande destaque das tirinhas fica por conta da arte, que é para aplaudir de pé.

A Cabeça de Elisa – Carolina Macedo e Davi Maciel

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Histórias curtas focadas nos pensamentos e o cotidiano da protagonista Elisa. Além de apresentar uma personagem bem humana e fácil de se identificar, retrata o que acontece com diversas outras mulheres em situações rotineiras. Leitura fácil, rápida e boa.

Carvalhos – Analu Medeiros

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Os Carvalhos são uma ótima família: pai ranzinza, mãe que exagera na bebida, filha mais velha que é a preferida mas nem por isso é boazinha, filho mais novo imaturo e sem perspectiva. Refletem bem muitas famílias por aí ao mesmo tempo que arrancam boas risadas a cada tirinha.

Bichos Homens Deuses – Seri

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Coletânea das tiras publicadas por Seri ao longo de muito tempo. Como o próprio nome já diz, a edição é dividida entre 3 temas: bichos, homens e deuses. Apesar de muitas vezes esses três se confundirem. Vale pela qualidade do material que foge do clichê de fazer as mesmas críticas que todos outros fazem e criar personagens bem diferentes.

Tirinhas do Zodíaco – Pedro Leite e Rafael Koff

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Saídas direto de um blog, Tirinhas do Zodíaco satiriza o anime mais popular a ser transmitido pela rede Manchete. Toda uma geração que estava lá para ver os cosmos queimarem por Atena irá entender e curtir. Se você não entendeu, então não era o público alvo.

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Tirinhas para o FIQ 2015

Com o FIQ 2015 chegando, chegam também dois velhos dilemas de todo colecionador de quadrinhos: “Vou ter dinheiro para comprar tudo o que eu quero?” e “O que devo comprar?”. A resposta para o primeiro é simples: “Não! A menos que você seja milionário, nunca se tem dinheiro para comprar tudo.” A segunda já é mais complicada.

Obviamente teremos uma grande variedade de encadernados capa dura que enchem os olhos do cidadão, mas o FIQ também é a melhor oportunidade para você adquirir quadrinhos menos conhecidos (muitas vezes direto com o autor) e de alta qualidade. Como sou um fã de tirinhas, resolvi reunir aqui algumas coisas que comprei no passado e que tiveram um ótimo custo-benefício. Vale a pena você ficar atento a elas também esse ano.

Amok – cabeça tronco e membros
Criado por Benett, Amok é um cara bacana. Tem carisma, faz observações interessantes sobre a vida, chupa corações humanos, deseja a morte para o mundo e assaria filhotes da panda no sol. Mas nada disso faz dele um insensível.

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Hans Grotz – opiniões descartáveis
Obra de Lucas Libanio, Hans Grotz é a personificação do homem nada moderno. O personagem não tem pudor de expor suas opiniões sinceras, seus modos rudes e sua visão do cotidiano. Acaba sendo um retrato bem honesto da sociedade.

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Freddy and Jason Have Fun
Não há muito o que dizer sobre essa coletânea criada por Rafael Koff, exceto que ela não nos traz exatamente tirinhas, mas sim um álbum celebrando a bonita amizade de Freddy e Jason com muito sangue, assassinatos e tripas.

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Mariazinha em Verso & Prosa
Por Claudia Gomes e Fábio Turbay, Mariazinha é uma menina meiga apaixonada por poesia, e só perde a compostura ou se desespera com a falta dela.

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HQ – When the Darkness Presses

Minha ideia inicial para este post era adicionar mais conteúdo à nossa biblioteca, mas ao me deparar com a vencedora de melhor historia curta do Prêmio Eisner 2015 logo mudei de ideia.

When the Darkness Presses foi publicada digitalmente e parte da experiência de leitura está no fato de ela não ser impressa. A história se alterna entre a realidade e as experiências e sonhos que a protagonista tem dentro de um quarto.

Alterando o layout da página durante a leitura e através do uso de gifs sutis, a autora Emily Carroll consegue criar uma ambientação bem legal que faz o leitor ter uma imersão maior na história. Não vou entrar em muitos detalhes para não entregar as surpresas.

Infelizmente não encontrei nenhuma tradução do material para português, então quem estivera afim de ler vai ter que encarar o original em inglês mesmo. Mas vale a pena! Boa leitura!

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TOP 10, a polícia de Alan Moore

Top_10_capaUm gênero atualmente em baixa nos quadrinhos é o policial. Não vemos muitas boa histórias policiais no mercado, e não há nada mostrando que isso irá mudar. Portanto se você estiver afim de ler algo do gênero talvez seja mais fácil procurar algo antigo. E se por acaso o gênero super-heróis também te agradar então não há dúvida, a melhor opção é ler TOP 10, de Alan Moore , Gene Ha e Zander Cannon.

À primeira vista Top 10 parece ser apenas uma história de super-heróis. Logo de cara nós temos personagens bizarros com trajes estranhos e coloridos além de habilidade únicas. Mas em um cidade onde todos são assim, ninguém acaba sendo muito especial, exceto talvez a própria cidade. É nesse cenário onde somos apresentados à força policial do distrito 10 encarregada de investigar crimes e manter a ordem.

Lançado em 1999 pela America’s Best Comics, e distribuída no Brasil pela Devir, TOP 10 arrecadou os prêmios Eisner de Melhor Série e Melhor Série Continuada. Alan Moore mais uma vez mostra seu talento criando um cenário rico e cheio de personagens interessantes e bastante humanos, ainda que não sejam realmente. As ilustrações também são um show à parte, pois, além de competentes, escondem inúmeras referências à personagens famosos do mundo dos quadrinhos.

Infelizmente a revista não durou tanto tempo assim, e tudo que foi publicado dela foi lançado no Brasil em dois encadernados difíceis porém possíveis de serem encontrados. Após seu término, a revista deu origem à uma série chamada Smax, também escrita por Alan Moore, também muito boa e completamente diferente de TOP 10. Essa, infelizmente, nunca foi avistada nas bancas brasileiras.

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Gail Simone

Hoje decidi dedicar o meu tempo para falar de uma roteirista que gosto muito mas que, mesmo com tudo o que já conquistou, não minha opinião ainda não tem o reconhecimento que merece no mundo dos quadrinho. Seu nome é Gail Simone.

Gail Simone começou a ganhar notoriedade ao escrever para o blog Women in Refrigerators em 1999. Algum tempo depois ela lançou seu livro Killer Princess, porém, só apareceu de verdade no mundo dos quadrinhos após participar da adaptação do seriado Simpsons para as HQ’s. A partir daí passou por várias revistas como Deadpool, Birds of Prey, Mulher Maravilha, Red Sonja e Batgirl. Em algumas sua participação foi longa, em outras nem tanto, mas em todas foi angariando mais e mais fãs.

A primeira vez que eu li algo dela foi quando comprei a extinta revista do Deadpool (que logo se tornou Agente X). Algum tempo depois comecei a ler Vilões Unidos, que foi seguido de Sexteto Secreto (que se tornou minha equipe favorita da DC). Gostei tanto das histórias que a partir daí resolvi pesquisar sobre a roteirista sem saber o que mais ela tinha escrito, e toda vez que eu via ela sair de alguma revista também via a qualidade do roteiro cair. Nada ilustra melhor isso do que a curta trajetória do Agente X.

Apesar de geralmente escrever roteiros de protagonistas femininas, o que não é problema já que ela escreve bem, o que realmente me cativou nela não foi isso. Eu fiquei surpreso de verdade foi ao ler as histórias de vilões e anti-heróis criadas por ela, os personagens são sempre bem trabalhados e as tramas são mais criativas do que as criadas pela maioria dos outros roteiristas. Conseguimos ver personagens que estão do lado errado da lei fazendo algo que não seja simplesmente brigar com heróis ou traçar planos maléficos. Quem acompanhou as primeiras edições de Sexteto Secreto pode confirmar isso.

Em breve tentarei adicionar algum trabalho dela à nossa biblioteca para que aqueles que ainda não a conhecem tirem suas próprias conclusões. Se você já conhece, deixe sua opinião nos comentários . 😉

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Nome completo: Gail Simone

Nacionalidade: Estados Unidos

Data de nascimento: 29 de julho de 1974

Conhecida por: Batgirl, Birds of Prey, Red Sonja, Sexteto Secreto e Mulher Maravilha

Outros projetos:  Simpson Comics, Killer Princess, The Movement

Prêmios: Melhor personagem feminina – Glyph Comics Awards (2007); “Lulu Award Winners” em 2009; indicada duas vezes ao prêmio GLAAD (2010 e 2102); premiada no True Believers Comic Award (2014)

Website: gailsimone.tumblr.com

Facebook: facebook.com/gail.simone.90

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