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Crítica: O Divino

O Divino é um quadrinho lançado pela Editora Novo Século através do selo Geektopia (inclusive, aconselho você a pesquisar outros quadrinhos com esse selo, pois tem coisa muito boa como Wicked + Divine).

Na história acompanhamos um homem que decidi ir para um país remoto chamado Quanlun, ele acabou de não conseguir uma promoção, sua mulher está grávida e essa viagem para executar uma missão secreta para os EUA, ele ganhará um bom dinheiro. A viagem tranquila desanda completamente quando ele tenta salvar um garoto e acaba sendo capturado por um grupo de crianças guerrilheiras.

É uma ótimo história e você lerá em uma sentada (não recomendo a leitura picada) e você deve ler uma nota dos autores no fim da hq, pois foi essa nota que me levou a escrever uma crítica sobre O Divino.

Ao fim dessa hq, os autores inseriram uma nota que aqui tomarei a liberdade de reproduzir: Em janeiro de 2000, o fotógrafo Apichart Weerawong, tirou uma foto de dois irmãos gêmeos de doze anos, imediatamente após o ataque do exército tailandês a um hospital, onde esses gêmeos mantiveram 800 pessoas como reféns. A foto foi rapidamente divulgada por todo o mundo, tornando-se uma imagem inigualável da infância sem infância.

Foi dessa imagem que os autores Asaf, Boaz e Tomer tiraram a inspiração para criar O Divino, foi da vontade de tentar explicar de onde esses irmãos vieram e quem eles eram que nasceu a hq.

Criaram assim uma obra ficcional crua e pessimista sobre o mundo. Os meninos da foto são Johnny e Luther Htoo, que no fim da década de 90 lideraram um grupo de centenas de refugiados de Karen no leste Birmânia, chamado “O Exército de Deus” e lutaram contra o exército birmanês para desapropriarem suas terras. O gêmeos eram cercados de lendas e provavelmente foram delas que saíram algumas ideias presentes na história.

Como ficção, a história é apenas inspirada na realidade e a própria arte da hq deixa claro com suas cores vibrantes que estamos num mundo diferente, ainda que seja o nosso.

A mensagem que fica dessa história toda e acredito que seja parte da intenção dos autores, é falar sobre a infância. Mais ainda sobre a infância perdida, sobre as milhares e milhões de crianças que todos os anos perdem parte da infância por causa de guerras, políticas e disputas das quais elas ainda não deveriam fazer parte.

Essa é uma história que vale a pena ser lida e também vale a pena você tirar alguns minutos do seu dia, após a leitura e refletir sobre a foto dos gêmeos. O que podemos fazer para que fotos como essa não se repitam?

Nota HQQISSO:

 

 

 

Bom pessoal, essa foi a crítica de hoje, na verdade, menos crítica e mais indicação não é?

Espero que tenham gostado, um abraço a todos e boas leituras!

 

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Boletim de notícias do Hellboy

O Hellboy é sem dúvida um dos nossos personagens favoritos, e ultimamente ele tem estado em evidência por diversos motivos e em diversas mídias. Decidimos reunir aqui  as últimas notícias do nosso diabão favorito para você acompanhar tudo o que acontece com o personagem.

Nos quadrinhos: a Mythos Editora, responsável por lançar Hellboy no Brasil, está relançando os primeiros 6 volumes da coleção Hellboy – Edição Histórica. Esse relançamento acontece junto com a chega dos volumes 7 (Paragens Históricas) e 8 (A Feiticeira Troll) no mercado. Além disso também está no mercado a Edição de Ouro de Contos Bizarros, que reúne histórias criadas por outros artistas durante a ausência de Mike Mignola. Veja todos os lançamentos aqui:

Nos games: foi anunciado recentemente que Hellboy fará parte do segundo pacote de novos personagens do jogo Injustice 2, da NetherRealm. Para que ainda não conhece, a franquia reúne heróis e vilões da DC Comics saindo pancadaria. Você pode conferir o trailer que, apesar de ainda não mostrar o gameplay, também apresenta outros dois novos personagens: Raiden (do Mortal Kombat) e Arraia Negra (inimigo do Aquaman).

No cinema: o ator Ed Skrein (vilão em Deadpool e primeiro Daario Naharis em Game of Thrones) decidiu abandonar a nova adaptação de Hellboy para o cinema após sua escalação como Ben Daimo (um personagem asiático) ter deixado muitas pessoas insatisfeitas pela mudança étnica desnecessária. O ator deu uma declaração explicando sua decisão através de sua conta no Instagram e teve o apoio dos fãs.

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Chico Bento – Arvorada

Chico Bento – Arvorada foi a segunda aparição do caipira criado por Maurício de Sousa na linha Graphic MSP. Dessa vez o trabalho ficou todo por conta de Orlandeli, que fez a arte e roteiro. Fazer sozinho uma obra que fique à altura da expectativa dos fãs da linha MSP não é fácil, pois mesmo que alguns volumes não tenham ficado tão bons, no geral a qualidade é sempre muito alta. Mas Orlandeli deu conta do recado!

Arvorada é uma história cativante que retrata a relação de Chico Bento com Vó Dita, personagem importante na vida do menino, que cresceu ouvindo as histórias e os conselhos de sua vó, sempre aprendendo com a sabedoria dela.  Apesar de seu carisma, Vó Dita é uma personagem secundária nas revistas mensais do Chico Bento, no entanto, nesta edição ela possui um destaque e importância bem maiores, chegando até mesmo a ofuscar seu neto em alguns momentos.

Ao longo da história, o leitor é levado, assim como protagonista, à refletir sobre a brevidade do tempo e a importância de aproveitar os momentos da vida com quem amamos. Tudo isso simbolizado pelo florescer de um ipê amarelo cuja beleza encantadora passa muito depressa.

O autor acertou em quase tudo: o roteiro é ótimo, as cores são maravilhosas e ajudam a transmitir a emoção da histórias e a caracterização dos personagens no que se refere à personalidade ficou fiel aos quadrinhos originais. Minha única crítica está na aparência das pessoas. Principalmente das crianças. Em vários momentos tive a impressão de que o Chico Bento aparentava muito mais velho do que realmente era e me lembrava um “zé droguinha”. Mas não é nada que chegue à comprometer o trabalho de Orlandeli.

Em Arvorada você irá encontrar uma ótima releitura de personagens clássicos dentro de uma história emocionante e cheia de significados. Com certeza vale a leitura! E mesmo se acontecer de você não gostar, uma coisa é garantida: no final você sentirá saudades da sua vó.

 

 

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Visão, o sintozóide pai de família

Todo mundo já conhece o Visão. O clássico e muito carismático vingador criado por Ultron para derrotar os Vingadores. O personagem já teve seus altos e baixos tanto na vida quanto nas histórias, mas sempre teve cadeira cativa entre meus vingadores favoritos. Mas esse post não é para falar sobre a trajetória do personagem, mas sim sobre aonde ele está hoje. E a resposta é: em casa cuidando da família. (PAM PAM PAM)

Sim. O roteirista Tom King, responsável pela revista solo do herói optou por uma abordagem bem inovadora do personagem. Ao invés de simplesmente sair em aventuras com seus colegas para salvar a humanidade, tentar resolver seu relacionamento com a Feiticeira Escarlate ou ficar em conflito sobre ter ou não sentimentos, ele simplesmente decidiu construir sua própria família.

Mas como isso funciona? Bem, o Visão decidiu construir uma mulher e dois filhos, todos com uma estrutura semelhante à dele. Sua mulher foi programada para agir com uma adulta e seus filhos, como adolescentes. Agora ele divide seu tempo entre trabalhar como o contato dos Vingadores junto ao governo dos EUA, ajudar a equipe quando necessário, e cuidar da família e educar os filhos. Tudo muito bonito. Na teoria.

Os problemas começam quando a adaptação da família junto à sociedade se mostra difícil, gerando conflitos e segredos perigosos. Não entrarei em detalhes para não dar spoilers, basta você saber que a história te deixa no mínimo intrigado. Para ser sincero eu demorei a descobrir se estava gostando ou não dessa nova fase. Com certeza não estava amando, mas também fui sempre ficando curioso para ver quais seriam as consequências dos acontecimentos.

Minha sugestão é: leia e tire suas próprias conclusões! A história foi lançada lá fora em 12 edições (ainda não sei como será no Brasil) que merecem nosso atenção e também o reconhecimento dos autores, por tentarem algo novo. Construiram um enredo com personagens com vidas artificiais cujas atitudes fazem o leitor se questionar se eles estão se tornando mais ou menos humanos.

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Karnak

Desde que os Inumanos ganharam mais destaque na Marvel, muitas mudanças aconteceram e um personagem específico passou a ser muito mais interessante: Karnak.

Desde sua criação pelas mãos de Stan Lee e Jack Kirby, Karnak era o inumano baixinho, cabeçudo, com roupa verde, bigodinho e a sensacional habilidade de encontrar as falhas e/ou pontos fracos em qualquer objeto ou ser vivo, e explorar esse defeito. Bem legal! Além disso se destacava por ser um inumano não tocado pelas névoas terrígenas.

Recentemente Karnak pulou de um edifício e morreu, e como a morte aparentemente também é uma experiência falha, com alguma ajuda ele conseguiu voltar (nada muito incomum nos quadrinhos). Porém, ao voltar, não ficou apenas servindo diretamente à realeza inumana, mas também se tornou o magister da Torre da Sabedoria. Ou seja, ele se tornou um mentor para inumanos que precisam de esclarecimento e controles sobre suas próprias habilidades.

Além de seu novo visual, menos carnavalesco, Karnak ganhou uma minissérie própria pelas mãos de Warren Ellis (Planetary), com arte de Gerardo Zaffino em algumas revistas e Roland Boschi em outras (Zaffino é melhor). As cores ficaram por conta de Dan Brown.

A minissérie foi dividida em 6 partes e ainda não foi lançada no Brasil. A história se chama A Falha em Todas as Coisas e mostra Karnak prestando serviços à Shield em uma missão chefiada pelo Agente Coulson.

Se você estiver procurando algo diferente da Marvel para ler, essa minissérie pode ser o que procurava. Além do tom mais escuro de toda a história, não temos vários heróis coloridos voando e ainda é uma oportunidade de se aprofundar em um personagem que vem crescendo muito e que nos relembra que muitas vez o lado B da Marvel é o melhor lado. Abaixo você pode conferir o visual da primeira página. 😉

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Punho de Ferro – Netflix – Crítica sobre o Ep.1

Assisti ao primeiro episódio de Punho de Ferro, a mais nova série lançada no Netflix, sobre mais um dos Defensores.

Vamos aos pontos altos e baixos dessa primeira impressão de Danny Rand e suas aventuras.

Logo de cara, Danny Rand já aparece descalço, sujo e buscando o prédio do qual ele seria o dono. Caso não tivesse morrido a 15 anos atrás.

Então temos a velha história sobre o ricaço que some e depois volta pra assumir o império da família.

Até aí tudo bem.

Já vi isso antes. Mas os quadrinhos se repetem bastante, então essa repetição em filmes e séries de heróis não prejudica muito.

O que prejudica muito é a previsibilidade de praticamente todas as cenas na sequência. Ou seja, depois dos 5 minutos iniciais, é possível adiantar cada movimento que a série irá fazer.

Cada aparição de um novo personagem já deixa clara a sua função e participação na trama e com isso, são pouquíssimas as surpresas nesse primeiro episódio.

Na verdade, a única surpresa vem no final. Quando ele toma o chá com sonífero (quando você assistir, você vai entender).

A cidade mística de K’un-Lun e o que aconteceu com Rand nos últimos 15 anos são apenas citados nesse episódio, mas mostra que a série poderá explorar diversas questões místicas que envolvem o personagem e isso é animador, pois nos quadrinhos, todos os misticismos que envolvem o Punho de Ferro rendem ótimas HQs.

Sobre os personagens, a muito o que assistir, mas como primeiro impacto, apenas Danny Rand (Finn Jones) convence com sua atuação de perdido mas voltei.

E a pior é sem dúvida de Ward (Tom Pelphrey), que parece ser o inimigo dessa primeira etapa da volta de Rand a vida civilizada.

As coreografias de lutas são honestas, mas deixam a desejar em alguns momentos. Esse é o Punho de Ferro, o defensor de K’un-Lun que foi treinado em Kung-fu para ser o lutador mais completo e praticamente invencível quando se trata de combate corporal. As lutas tinham que impressionar mais. Eu deveria ter dito pelo menos um… ↓

Mas isso não aconteceu. Em uma uma hora inteira de episódio, de uma série sobre um lutador.

Então, o que fazer agora?

Assistir ao segundo episódio e dar uma chance, pois esse primeiro não é empolgante, nem animador.

Bom pessoal, por hoje é isso.

Até a próxima e boas leituras, séries e filmes pra vocês!!!!

 

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