Batman, o fim? | pré-reboot

Iniciando nossos posts em comemoração ao mês do Batman no Hqqisso?, tudo dedicado e exclusivamente por causa do filme que virá dia 27, vamos começar com as HQ’s que saíram no Brasil e fizeram o fechamento da era do Homem-Morcego antes do reboot da DC. São as revistas Batman #114 e A Sombra do Batman #23, os números originais são muitos, pois as duas revistas têm 148 páginas cada e várias histórias são curtinhas, de 10 páginas, então vamos ficar com os números nacionais mesmo.

As duas HQ’s possuem vários fechamentos de histórias e também histórias curtas de início, meio e fim que ajudam a fazer possíveis ganchos pós-reboot ou a entender como termina essa fase do Batman. Há também a histórias que parecem ter sobrado, aquelas que a panini não tinha mais onde colocar e ficariam muito sem contexto caso fossem alocadas em revistas da nova fase. Falaremos aqui somente das boas histórias. Sendo assim, vamos lá.

Vamos começar com a resvista que tem mais coisas interessantes. Batman #114 que trata mais das histórias centrais do Batman, quase sempre como personagem central e teve bons fins para as histórias que estavam em aberto. Começando com o final da história que envolvia o Capuz Vermelho, vilão que teve que trabalhar com Batman e Robin para atingir seu objetivo e antes do fim armou uma boa forma de escapar da prisão, ainda que tenha destroído alguns prédios.
Logo depois temos uma história curta chamada “Prazeres Terrenos”, de David Hine, que traz um vilão novo, porém muito parecido que alguém que eu já conheço. A história é boa e tem um final bem macabro, pra quem gosta de desfechos que fazem você falar “puta merda”, você irá gostar.
Após a história macabra vêm o desfecho do arco em que o Batman estava enfrentando o Sensei, um vilão bem chato por sinal, mas o roteiro conseguiu chegar ao fim, é uma história normal, sem muito a acrescentar, mas seu final já é um gancho para as histórias seguintes, na mesma revista, onde o Duas-Caras (esse sim, vilão mesmo) entra em uma jornada criminoso, mortal, suicida e violenta para recuperar sua… moeda! A história é bem legal, já começa com tortura, tem tiros em cabeças, fantasmas de esposas mortas, um pouco de traição e ao longo da jornada, o Charada (por trás de tudo) se mostra muito paciente para concluir seu objetivo e extremamente cruel ao desfecho dessa boa história. Tony S. Daniel conseguiu juntar dois grandes vilões do Batman e ainda o Falcone filho (mafioso de nascença) dando devido espaço para cada um e trabalhando de forma rápida mas com qualidade a mente de cada um dos três. Vale a pena ler!
Agora em fim chegamos a resvista A Sombra do Batman #23, que com as histórias que “sobraram” para esta edição, ficou bem chata, com uma história inicial chamada “Puro Ódio“, do mesmo David Hine da ótima história macabra que falei mais acima, que é sem graça e serve para contar o começo de um dos agentes do Batman em território francês. Depois disso vem uma sequência de pequenas histórias rápidas e que não valem muito a pena, mas quem quiser ler, eu não condeno.

Agora que vêm o melhor de tudo mesmo, no fim, lá no fim mesmo dessa revista, tem o desfecho de uma história que me chamou muito a atenção desde o início e que eu já estava doido para saber o final. Trata-se de “O rosto no Espelho“, que foi lançada originalmente na Detective Comics e Scott Snyder está de parabéns com esse final. Na verdade com o roteiro todo, que conta sobre a volta de James Gordon às ruas de Gotham, filho psicopata do Comissário Gordon. O início foi mais tranquilo, parecia que ele estava controlado, estava tomando remédios e apresentou-se ao pai como uma nova pessoa. Mas aos poucos, Snyder nos joga pistas de que James é incorrigível e o pior, incontrolável. Fragmentos do passado, da infância junto de Bárbara Gordon (antiga bat-girl, agora paralítica), ajudam a construir o personagem e mostram que ele sempre foi um psicopata, sem nenhuma empatia por qualquer coisa viva, sem sentimentos ou arrependimento. A história toda é muito tensa, ao estilo noir de investigação e também nos desenhos, com as sombras bem delineadas e ajudando na construção das cenas de uma forma positiva. As cores de David Baron e Francesco Francavilla também ajudam a contar essa história, onde o azul acalma e te permite tempo para pensar nas situações de investigação, enquanto o vermelho acelera tudo, quando a vida está por um fio e tudo se resolve em segundos, com muito dor e sangue derrado. Recomendação máxima do Hqqisso para todos os leitores, vale muito pena, e se não me engano essa história começou na revista A Sombra do Batman #20. (tenho que conferir)

Nosso próximo post sobre Batman será sobre as novas histórias pós-reboot que já saíram nas edições brasileiras Batman #1 e A Sombra do Batman #1. Aguardem!!!