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Chapolin > Thor

Certa vez o ilustrador gaúcho Filipe Capra criou um pôster de uma luta fictícia entre Chapolin e Thor. Uma luta muito injusta na minha opinião, pois é óbvio que o Polegar Vermelho sem dúvida está muito acima do Deus do Trovão.

Vejamos os motivos:

C: Não obedece ordens de ninguém. Autônomo.
T: Paga pau pro Capitão América.

C: Não precisa de ajuda. Trabalha sozinho.
T: Está sempre sendo auxiliado por algum outro herói.

C: Não se preocupa com a opinião pública.
T: Gosta de ser adorado pelos mortais.

C: Encara vilões de verdade como Tripa Seca, Alma Negra e Quase Nada.
T: Fica o tempo todo brigando com o irmão.

C: Aparece exatamente na hora em que alguém precisa.
T: Fica esperando sinal dos vingadores. Só chega quando o pau já tá quebrando.

C: Nunca muda o uniforme. Não segue tendências.
T: Tá sempre querendo atualizar o vestuário.

C: Passa no SBT. Acessível a todos.
T: Só aparece no cinema.

chapolin-thor

 

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Super-heróis e as histórias sem fim

O que todos os super-heróis da Marvel, DC e companhia tem em comum? Não são os uniformes coloridos, super poderes ou identidades secretas. A maior característica que, infelizmente, todos compartilham é a falta de um final para suas histórias. Toda boa história tem uma conclusão, seja em filmes, livros ou séries, e toda vez que a indústria decide estender por mais tempo essa história apenas para vender e lucrar mais quem sai perdendo é o consumidor. E nenhuma mídia exemplifica melhor isso do que as dos quadrinhos.

Personagens como Batman, Homem-Aranha e Superman existem há décadas e dificilmente passa pela cabeça de alguém parar de publicar suas aventuras mensais. E por que deveriam? Eles tem milhares de fãs e rendem muitos dinheiro há anos, principalmente nos últimos, devido ao sucesso de seus filmes no cinema. Então por que parar? Porque a cada ano que passa esses mesmos personagens perdem cada vez mais suas identidades, são reinventados dezenas de vezes e quase sempre deixam ter o carisma que já tiveram antigamente.

Se algum leitor mais velho tentar puxar na memória as histórias que já leu do Batman, com certeza conseguirá se lembrar de meia dúzia de arcos clássicos de qualidade inquestionável, no entanto, o Batman existe há tantos anos que se formos comparar a quantidade de material medíocre com a de material realmente bom lançada ao longo do tempo teremos vontade de assassinar a personagem de vez. E isso ocorre porque ao invés das editoras darem liberdade para seus roteiristas criarem histórias com começo, meio e fim, elas insistem em manter revistas mensais onde misturam vários autores e personagens numa bagunça tão sem sentido que eventualmente não há saída senão recomeçar tudo do zero e esquecer o que veio antes através de alguma “grande saga”.

O objetivo aqui não é defender o fim definitivo de todos os personagens clássicos que vemos nas bancas hoje, mas sim combater as publicações medíocres que as maiores editoras insistem em empurrar aos leitores. Existe um motivo para artistas como Brian K. Vaughan, que criam obras autorais e finitas, serem figurinhas carimbadas nos prêmios Eisner. A única solução a curto prazo é: invista seu dinheiro em obras alternativas ou economize para comprar os encadernados, porque ler as mensais só compensa mesmo pela internet.

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Piratas do Tietê

Piratas do tiête

Uma capa vale mais que mil palavras

Piratas de verdade são sujos, canalhas, inescrupulosos e moram nas águas de São Paulo. Hoje já bastante conhecido, o cartunista Laerte criou os famigerados Piratas do Tietê na década de 80, e desde então, as barbaridades cometidas por eles arrancaram risadas de muita gente. Ao contrário de outras tirinhas de humor mais sutis e apropriadas a todas as idades que são mais comuns, Laerte não economizou na linguagem ou no traço na hora de retratar as obscenidades ou a violência perpetuadas pelos piratas. Tudo, é claro, com muito bom humor.

Para quem quiser conhecer mais sobre a trajetória dos Piratas e do autor vale a pena comprar os encadernados lançados pela Devir em parceria com a Jacaranda, que além de terem histórias mais longas e com participações especiais de outras personagens famosas, nos apresenta uma biografia deEncadernado3 Laerte e detalhes sobre a criação de sua obra. Porém, se você estiver interessado somente nas tirinhas mesmo, não há leitura de banheiro melhor do que as duas edições de bolso lançadas pela LP&M. A Escória em Quadrinhos e Histórias do Pavio Curto.

Mesmo com algumas tiras com críticas políticas ou culturais, a verdadeira força dos Piratas do Tietê está na truculência exagerada, desnecessária, e, acima de tudo, cômica. Não vale a pena tentar encarar de maneira séria algo tão lindamente honesto quanto a obra de Laerte, mas sim abraçar a barbárie e a sanguinolência por ele apresentadas.

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Punho de Ferro | Um lado B melhor que o lado A

punho de ferroBrian Bendis vem fazendo um ótimo trabalho com os Novos Vingadores já há algum tempo. Além de ser uma das melhores revistas atuais da Marvel, essa nova equipe tem um elenco bastante interessante, com cada vez mais heróis urbanos. Dentre esses heróis temos o Punho de Ferro, personagem criado na década de 80, ex-herói de aluguel e amigo de longa data de Luke Cage.

Mas não estou aqui para falar do início nem da fase atual de Daniel Rand, mas sim de como ele deixou de ser um personagem Lado B sem graça para se tornar melhor do que muitos outros Lado A. A revitalização do personagem se deu pelas competentes mãos de Ed Brubaker e Matt Fraction, com a arte David Aja e vários outros artistas que conseguiram tirar do buraco um dos heróis mais inexpressivos da Marvel (ou pelo menos essa era a minha opinião sobre ele).

A revista O Imortal Punho de Ferro, lançada em 2007, nos apresentou toda uma nova mitologia sobre a ordem dos guerreiros que portaram o poder do Punho de Ferro ao longo dos anos. Se você também não conhecia a fundo o personagem e nunca havia imaginado que Daniel Rand não era o único a usar o Punho de Ferro, ficará positivamente surpreso ao conhecer vários outros muitos mais interessantes que o próprio Daniel, além de saber mais sobre as outras cidades místicas adversárias de Kun Lun e suas armas imortais.

armas imortais

Dentre as várias ótimas edições da revista, temos um destaque especial para edição 07, que concorreu ao Eisner Awards de melhor história fechada ao contar a história de Wu Ao-Shi, a última mulher (e pirata) a carregar o manto do Punho de Ferro.

Embora toda a saga tenha sido lançada de maneira horrível pela Panini, ela com certeza mostrou que a Marvel tem potencial para fazer muita coisa boa ao invés de ficar reciclando as mesma fórmulas com o mesmos personagens ou ficar investindo o tempo todo em sagas apocalípticas com desfechos que não dão em nada. O Imortal Punho de Ferro é uma das melhores revistas mensais, ainda que de curta duração, que já vi passar pela casa das ideias e, se você não puder comprar, vale gastar um tempinho baixando as edições online.

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Zé Carioca | Morcego Verde

O intrépido Morcego-Verde, alter-ego do Zé Carioca e maior herói da Vila Xurupita, sempre proporcionou boas histórias. Sua falta de talento, sua identidade nada secreta e sua disposição no combate ao crime fizeram dele um dos melhores personagens em quadrinhos já criados pela Disney.

Mas o que me chamou a atenção recentemente foi uma edição antiga da revista descoberta em um sebo de Porto Alegre. A capa estampava o título A Piada sem Sal, uma paródia inspirada no clássico A Piada Mortal (que nem precisamos aprensentar, né?!) conta a história do rapto da namorada do herói pelo terrível vilão e ex-cobrador, Moringa. Além de render boas risadas, a paródia ficou muito bem feita, com momentos bem fiéis aos do quadrinho original.

Você irá precisar de sorte para conseguir achar essa pérola perdida em algum sebo ou pela internet, mas caso consiga, aproveite a oportunidade de conhecer esse clássico do melhor e mais inepto herói da Disney.

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O Deus das Web Tiras | Um Sábado Qualquer

deus

Dentre todos os deuses já criados e vistos nas histórias em quadrinhos, nenhum é mais simpático que aquele criado por Carlos Ruas. Desde 2008 são publicadas no blog Um Sábado Qualquer tirinhas bem humoradas nas quais a figura principal é Deus. Porém, este é um Deus atrapalhado, inseguro, brincalhão e as vezes até meio babaca. Mas acima de tudo, ele é carismático.

Junto de outros personagens como Adão, Eva, Caim, Luciraldo e outros deuses da mitologia, vamos descobrindo como se deu toda a criação de um ponto de vista mais cômico e, consideravelmente, mais divertido. Outras celebridades como Nietzsche, Freud, Niemeyer e Einstein também marcam presença em alguns capítulos.

Parte do mérito de Um Sábado Qualquer vem do tato (pois é necessário cuidado quando o assunto envolve religião) e imaginação do autor para retratar o surgimento da humanidade, do mundo e ainda lidar com questões filosóficas utilizando figuras polêmicas sem deixar de lado o humor.

Vencedor da premiação da HQmix 2012 na categoria Web Tiras, Um Sábado Qualquer é uma das melhores tirinhas nacionais (se você não for um fanático religioso) da atualidade e prova de que há cada vez mais quadrinhos de qualidade na web. Após ler bastante a obra de Carlos Ruas, a mensagem que ficou para mim foi a de que, assim como a humanidade, Deus está bastante confuso… e não sabe o que faz.

um sábado qualquer

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