Monthly Archives outubro 2017

3 motivos para você ler One Punch-Man agora!

Esse post é só pra quem gosta de mangá mesmo.

Pra quem já leu muita coisa, já cansou e quer respirar novos ares dos quadrinhos orientais.

Já fiz um post falando sobre o quanto eu gostei das duas primeiras edições desse mangá. Clique aqui para ler o post.

O problema é que a história não parou de melhorar. Já foi lançada a edição 9 aqui no Brasil e é realmente uma ótima leitura.

O primeiro motivo para ler: não é mais uma daquelas histórias que o personagem começa fraco e inocente, vai enfrentando inimigos, ficando mais forte e enfrentando mais inimigos.

Aqui é o Saitama, o homem que treinou 3 anos e agora derrota qualquer oponente com um soco apenas. Com isso, poucas lutas ou inimigos importam na história. O que é realmente interessante de ver é a relação do Saitama com as outras pessoas; contra vilões que se autodeclaram arqui-inimigos de alguém que não podem derrotar e vários encontros improváveis de personagens que beiram o absurdo.

O segundo motivo para ler: Piadas. Várias. Todas ótimas. Mas serão mais engraçadas se você estiver acostumado com mangá e com o gênero desses mangás de lutas e poderes absurdos. É mais voltado para o público masculino? Sim. Mas mulheres, não descartem a leitura antes mesmo de dar uma chance para o volume 1. E lembrem-se, o dia da coleta de lixo é muito importante.

O terceiro motivo para ler: a arte e o design de monstros. De acordo com Guilhermo del Toro (um dos mestres em criação de monstros do cinema), para se criar um bom monstro, algumas condições devem ser observadas.

A primeira é sobre a silhueta do monstro. Ela deve ser bem definida, sem detalhes ou exageros que confundam o espectador.

A segunda é sobre os detalhes e feições do monstro. Um monstro não deve ter a mesma cara sempre. Ele deve mudar suas feições de acordo com a história e ter vários detalhes que deixam sua aparência mais natural, como se dentro daquele design, todas as partes fizessem sentido e tivessem alguma função.

A terceira é sobre cor e movimento do monstro. Essas duas características ajudam a definir a agressividade do monstro, suas habilidades e se nível de perigo.

E por último, nunca crie um monstro baseado em referências de monstros que já existem. Busque suas referências na natureza, como a textura de uma pedra, o crânio de algum animal e por aí vai!

Por que estou falando sobre isso tudo? Veja as imagens de alguns monstros de One Punch Man e me diga se não são ótimos monstros.

Bom pessoal, por hoje é só! Espero que tenham ficado com vontade de ler!

Um abraço a todos e boas leituras!

 

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Crítica: O Divino

O Divino é um quadrinho lançado pela Editora Novo Século através do selo Geektopia (inclusive, aconselho você a pesquisar outros quadrinhos com esse selo, pois tem coisa muito boa como Wicked + Divine).

Na história acompanhamos um homem que decidi ir para um país remoto chamado Quanlun, ele acabou de não conseguir uma promoção, sua mulher está grávida e essa viagem para executar uma missão secreta para os EUA, ele ganhará um bom dinheiro. A viagem tranquila desanda completamente quando ele tenta salvar um garoto e acaba sendo capturado por um grupo de crianças guerrilheiras.

É uma ótimo história e você lerá em uma sentada (não recomendo a leitura picada) e você deve ler uma nota dos autores no fim da hq, pois foi essa nota que me levou a escrever uma crítica sobre O Divino.

Ao fim dessa hq, os autores inseriram uma nota que aqui tomarei a liberdade de reproduzir: Em janeiro de 2000, o fotógrafo Apichart Weerawong, tirou uma foto de dois irmãos gêmeos de doze anos, imediatamente após o ataque do exército tailandês a um hospital, onde esses gêmeos mantiveram 800 pessoas como reféns. A foto foi rapidamente divulgada por todo o mundo, tornando-se uma imagem inigualável da infância sem infância.

Foi dessa imagem que os autores Asaf, Boaz e Tomer tiraram a inspiração para criar O Divino, foi da vontade de tentar explicar de onde esses irmãos vieram e quem eles eram que nasceu a hq.

Criaram assim uma obra ficcional crua e pessimista sobre o mundo. Os meninos da foto são Johnny e Luther Htoo, que no fim da década de 90 lideraram um grupo de centenas de refugiados de Karen no leste Birmânia, chamado “O Exército de Deus” e lutaram contra o exército birmanês para desapropriarem suas terras. O gêmeos eram cercados de lendas e provavelmente foram delas que saíram algumas ideias presentes na história.

Como ficção, a história é apenas inspirada na realidade e a própria arte da hq deixa claro com suas cores vibrantes que estamos num mundo diferente, ainda que seja o nosso.

A mensagem que fica dessa história toda e acredito que seja parte da intenção dos autores, é falar sobre a infância. Mais ainda sobre a infância perdida, sobre as milhares e milhões de crianças que todos os anos perdem parte da infância por causa de guerras, políticas e disputas das quais elas ainda não deveriam fazer parte.

Essa é uma história que vale a pena ser lida e também vale a pena você tirar alguns minutos do seu dia, após a leitura e refletir sobre a foto dos gêmeos. O que podemos fazer para que fotos como essa não se repitam?

Nota HQQISSO:

 

 

 

Bom pessoal, essa foi a crítica de hoje, na verdade, menos crítica e mais indicação não é?

Espero que tenham gostado, um abraço a todos e boas leituras!

 

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